13/04/2021

Polícia reconstitui homicídio ocorrido em festa de Natal em Vinhedo

A Polícia Técnico-Científica de Campinas fará, a partir das 10h desta quinta-feira, a reconstituição do assassinato de Alex Luís Pinheiro, ocorrido no Natal de 2019 na região do bairro Capela, em Vinhedo, após uma briga generalizada durante uma festa de confraternização na rua. A perícia foi solicitada pela defesa de quatro dos cinco acusados pela morte e tem como objetivo estabelecer a dinâmica do crime.

Segundo o advogado José Sérgio do Nascimento Junior, que representa Flávio Francisco Thomé, Natália dos Santos da Silva, José Francisco da Silva e Suely Santos da Silva, todos da mesma família, a denúncia oferecida pelo Ministério Público aponta cinco pessoas como os autores da facada que matou o jovem e pede que eles sejam julgados por homicídio triplamente qualificado e pela tentativa de homicídio do irmão de Alex. “É preciso que a dinâmica dos fatos seja explicada porque a autoria do crime foi determinada com base apenas no depoimento do irmão e do amigo da vítima, que estavam no carro com Alex”, afirma.

Michel Francisco Simões, o quinto denunciado pelo crime, está foragido. Com base no depoimento das testemunhas, a Justiça decretou a prisão preventiva dos envolvidos. “Flávio Francisco Thomé está preso desde outubro do ano passado. Ele confessou ter participado da briga e da agressão ao irmão de Alex, mas nega ter ferido Alex e se apresentou para esclarecer os fatos”, completa Nascimento.


Rua em que ocorreu o homicídio (Google Street View)

Segundo a defesa, o autor do golpe que matou Alex é Michel. “José Francisco da Silva, que também teve a prisão decretada, não participou da briga, estava em sua casa, dormindo. Ele chegou a participar da confraternização de Natal que ocorria na rua, mas voltou mais cedo para a casa. Mesmo assim, foi implicado no crime depois de um boato que surgiu na cidade e, na audiência, não foi reconhecido pelas testemunhas”, afirma Nascimento.

O advogado sustenta que um erro na forma como o reconhecimento criminal foi conduzido na delegacia de polícia acabou por implicar José Francisco no crime. “Na delegacia, após os boatos que surgiram na cidade, apenas a foto de José Francisco foi apresentada às testemunhas, mas o correto é apresentar o suspeito junto com outras pessoas. Isso foi feito em uma audiência no decorrer do processo. E quando ele foi apresentado junto a outros homens, as testemunhas não o reconheceram. Mesmo assim a Justiça manteve a prisão preventiva dele”, explica o defensor.

Nascimento conta que, diante do problema provocado pelo reconhecimento, a reconstituição do crime será fundamental para mostrar como o homicídio e as agressões aconteceram. “É preciso fazer o exame pericial para ficar claro quem foi o autor da facada que matou Alex, já que cinco pessoas não podem ser apontadas como autores do homicídio”, diz.


José Sérgio do Nascimento Junior, advogado
de quatro dos cinco acusados pelo crime


Legenda: Rua em que ocorreu o homicídio
Créditos: Google Street View
Legenda: José Sérgio do Nascimento Junior, advogado de quatro dos cinco acusados pelo crime
Créditos: Divulgação